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Este é o blog das super-mulheres, onde os super-homens são bem-vindos!
Um grupo de homens de todas as idades gritava a plenos pulmões algo imperceptível. Empunhavam cartazes que não conseguia decifrar. Vestiam roupa escura e tinham um pénis desenhado na testa, com o que parecia ser carvão. No momento seguinte, como só nos sonhos é possível, eu estava no meio deles. “Respect the cock! Respect the cock! Respect the cock!”, ouvia-se e lia-se ao meu redor. Acordei assustada, mas voltei a dormir em poucos minutos.
O que há para respeitar no pénis? Será o pénis um órgão portador de poderes especiais? Que atributos confere um pénis a quem o possui?
O pénis é o marco simbólico de uma superioridade masculina ainda evidente nas culturas que nos rodeiam. É como se o pénis fosse uma espécie de coroa que distingue as pessoas que são especiais e merecedoras de maior respeito, ou algo que confere autoridade, desenvoltura, coragem, agressividade e voracidade sexual ilimitada. No fundo, o pénis simboliza algo muito maior que o próprio pénis.
Mas nem tudo é um conto de fadas no que diz respeito ao mundo dos pénis.
Ter um pénis e não corresponder a esta imagem de homem sexualmente feroz, profissionalmente bem sucedido e fisicamente robusto traz sérias frustrações a muitos homens. Não sendo as principais vítimas, a maior parte deles sofre as consequências de uma ordem simbólica machista, que lhes exige que sejam implacáveis. Apenas a desvalorização social do pénis os pode libertar desta ditadura de expectativas e pressões. Não se trata de menosprezar o pénis, mas antes de lhe devolver a hipótese de este ser ele próprio, de se concentrar em si mesmo, de se focar nas suas principais actividades.
O ónus desta espécie de deflação simbólica do falo, a que temos assistido nas últimas décadas, deve ser atribuído à emancipação feminina e aos movimentos de luta pela igualdade entre os sexos que vieram questionar o poder patriarcal. No entanto, ainda há para aí muito homem a cantar de galo…