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Fala-se por todo o lado das capacidades inatas das mulheres, do sexto sentido, da essência feminina e normalmente não gosto do que oiço. Várias vezes são as próprias que perpetuam esta imagem das mulheres. Neste caso, para além de não gostar fico um tanto ou quanto triste. Vá lá amigas, assim não dá…

 

As pessoas referem-se a atributos que nascem num corpo sempre que este é dotado de um par de mamas (entre outras coisas). Com o par de mamas vêm as capacidades maternas extraordinárias. Estas capacidades são transcendentais e, por isso, estão fora do alcance do comum dos homens (com h pequeno). Elas sabem naturalmente como cuidar dos bebés, ponto final. Para além disso, sabem igualmente cuidar de uma casa e organizar a vida doméstica de forma irrepreensível.  

 

Vou engolir a minha formação em sociologia e todo o blá blá blá que podia despejar neste momento. Em alternativa deixo um apelo às mães e aos pais. Se querem educar as vossas filhas para que sejam mulheres inteligentes e independentes não lhes encham o quarto com brinquedos deste tipo.

trem cozinha

Não me interpretem mal.

 

As crianças gostam de imitar os adultos e por mimetismo se aprende muita coisa. Até aí tudo bem. O problema, do meu ponto de vista, está no elevado nível de condicionamento social. Muitas meninas crescem a brincar com este tipo de brinquedos. É óbvio que mais tarde, em adultas, vão saber lidar de forma “natural” com as tarefas domésticas e, provavelmente, melhor do que a maior parte dos homens. Eles cresceram a jogar à bola e brincar com carros, não foi? Mas porquê continuar a educar meninos e meninas de forma tão diferente? Não queremos um mundo onde homens e mulheres tenham os mesmos direitos e oportunidades?

 

Com tudo isto não quero dizer que as mulheres não devem dedicar-se à cozinha ou à maternidade, por exemplo. Apenas considero que o gosto ou a dedicação deveriam ser mais espontâneos e menos impostos culturalmente.

 

Essa imposição cultural, de resto, tem gerado algumas reacções adversas em muitas mulheres. A este propósito recordo o meu espanto quando uma amiga a viver na Suécia me falou de uma colega, excelente cozinheira, que fazia questão em manter privado o seu gosto pela culinária. A jovem não queria ser vista entre os amigos e colegas de trabalho como uma mulher tradicional que gosta de cozinhar. Fazia umas excelentes sobremesas e depois dizia aos convidados que as comprava na pastelaria do bairro. E esta heim!? Em minha defesa, e depois de todo o discurso anterior, só tenho a dizer que sou uma excelente cozinheira.

 


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