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Há afirmações que me desconcertam.

 

Fico desconcertada quando alguém se vangloria por não saber fazer alguma coisa, como é o caso de algumas mulheres que dizem com bastante orgulho não saber cozinhar. Talvez seja a fuga dos papéis de género mais tradicionais que as leva a fazê-lo, pois, caso contrário, parece-me um pouco non sense.

 

Já ouviram alguém vangloriar-se por não saber falar inglês?

Ou por não saber fazer compras online?

Ou por não saber conduzir?

 

É tão estranho ouvir uma mulher promover-se dizendo que não sabe cozinhar, como um homem gabar-se que não sabe mudar um pneu. Não saber fazer seja o que for, não dominar determinada competência, não faz de um homem ou de uma mulher uma pessoa mais progressita. Pelo contrário, é pela positiva que se caracteriza o mundo moderno. No mundo moderno, os homens sabem cozinhar e as mulheres mudam os pneus.

 

 

Feminista, eu?

22.11.14

 

Já fui alertada várias vezes para o “perigo” de ser apelidada de feminista. Já fui “acusada”, outras tantas, de ser feminista. Estes alertas ou acusações vêm normalmente da boca de quem considera, de algum modo, o feminismo como algo mau.  

 

Cabem neste rótulo, segundo essas concepções, mulheres que querem ser superiores aos homens, mulheres amargas e obcecadas com todas as referências culturais de género, lésbicas, mulheres que querem ser iguais aos homens, imitando os seus comportamentos, mulheres que rejeitam todos os símbolos de feminilidade como, por exemplo, os cuidados com o corpo. Ou seja, mulheres que não se depilam, não se maquilham, não usam roupa justa, saias ou saltos altos.

 

Esta feminista eu não sou de certeza.

 

Sou uma mulher que olha atentamente para estas questões e sabe algumas coisas sobre o assunto. Sei que as últimas décadas trouxeram mudanças profundas no que diz respeito às relações entre homens e mulheres, em grande medida sustentadas pela entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho. Sei que ao nível das desigualdades de género ainda há algumas coisas a fazer, nomeadamente fomentar a representação das mulheres nos cargos de poder e garantir o acesso pleno dos homens à paternidade. E sei muitas outras coisas, não tivesse dedicado um doutoramento a estes assuntos.

 

Quanto às diferenças culturais entre homens e mulheres, só posso dizer que também sou fruto delas. As diferenças não me apoquentam, apenas as desigualdades me chateiam.

 

Gosto de cozinhar, passar horas na cozinha a bebericar vinho e preparar um jantar para amigos. Gosto de fazer panquecas e bolos para o meu namorado. Sou um pouco obcecada com a limpeza da casa. Não percebo nada de futebol e conduzir não é seguramente uma das minhas melhores competências. Sou vaidosa, gosto de comprar sapatos e acompanhar as tendências da moda. Isto faz de mim menos feminista?

 

A propósito, deixo a dica.

 

 

José António Saraiva escreve sobre as mudanças sociais que têm atravessado grande parte dos países ocidentais - a entrada das mulheres no mercado de trabalho e as consequências danosas para o bem-estar da família e crianças em particular.

 

 

 

Enquanto leio o artigo, uma série de sentimentos e reacções vão-se sucedendo: risos, gargalhadas descontroladas, vergonha alheia, incredulidade... 

 

No seu ensaio, caracteriza a sociedade portuguesa pré-moderna como matriarcal(?). Enumera uma série de consequências negativas que, a seu entender, se devem ao facto de as mulheres terem deixado de se ocupar da família e tarefas domésticas. Entre as nefastas consequências da igualdade de direitos conta-se o aumento do adultério, "tarefas domésticas por fazer", mais divórcios...enfim, o fim de um mundo onde as famílias eram felizes e tudo corria bem. 

 

O director do Sol (peço desculpa ao jornal pela publicidade negativa) pergunta, a determinada altura, se as mulheres são hoje mais felizes? José António Saraiva não sabe que a resposta é muito simples.

  

As mulheres são felizes quando conseguem dar-se bem na carreira. São felizes enquanto cuidam dos seus filhos. São felizes quando conseguem conciliar o trabalho e a família. São felizes quando têm a seu lado um homem que se orgulha do seu sucesso profissional, que partilha com ela o trabalho doméstico e o cuidado das crianças. Eventualmente, seriam menos felizes se tivessem a seu lado um homem que considera natural as mulheres dedicarem a sua vida exclusivamente à família, não podendo exercer um trabalho, mantendo-se dependentes de um homem. Para o bem da felicidade de todos, homens como este vivem de costas para o futuro e pouca influência terão no que daqui para a frente vai acontecer.

Compreendo melhor um homem machista do que uma mulher anti-feminista. 

 

O homem machista luta pelos seus interesses, defende a preservação da figura do chefe-de-família. Essa espécie em vias de extinção, na medida em que a maior parte das famílias actuais são bicéfalas.

 

A mulher anti-feminista é-me totalmente enigmática. Trata-se de mulheres que não desejam a igualdade de direitos entre homens e mulheres? O que leva uma mulher a aderir a um movimento anti-feminista?

 

Nas imagens em baixo vêem-se mulheres a empunhar cartazes com argumentos que explicam o porquê de serem anti-feministas. São evidentes os mal-entendidos e preconceitos face ao feminismo. Para esclarecer: mulher feminista não quer ser superior ao homem; as mulheres, no geral, ainda não têm as mesmas oportunidades que os homens; burca e liberdade não podem ser usadas na mesma frase; mulher feminista como eu usa maquilhagem e gosta de se sentir bonita.

 

Fonte: http://womenagainstfeminism.tumblr.com/


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