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Ter filhos sempre esteve nos meus planos, ainda que em estado latente durante muito tempo. Quero ter dois ou três, mas depois do primeiro nascer logo vos digo com que fulgor mantenho esta aspiração. Mas este plano é totalmente diferente de outros que levei a cabo, por ser inteiramente partilhado e vivido a dois. Decidi sozinha muitas coisas na vida, arcando com as consequências all by myself, mas neste caso não. É como se os dois estivéssemos grávidos!

 

Se não tivesse um homem ao meu lado tão ou mais empenhado no projecto de ser pai como eu estou em ser mãe, não me imaginaria com coragem para entrar no estonteante carrocel da maternidade. Apesar da inexperiência, uma coisa eu sei: depois de pagar o bilhete e de me sentar, o carrocel nunca mais vai parar de girar!

 

– Ó senhor do carrocel, deixe-me sair um bocadinho, vou ali descansar uns dias e já volto! Estava a pensar num hotel daqueles onde não entram bebés, com piscina em cima do mar e pulseirinha no pulso. Talvez um spa…

 

– Desculpe minha senhora, pagou para andar, agora não pode sair. E toca a mudar a fralda que já cheira a cocó! O carrocel só pára para deixar entrar mais crianças. Quer avançar para o segundo?

 

Mediante esta particularidade do carrocel da maternidade resta-me mesmo partilhar as voltas com o pai. E eu sou daquelas que vai partilhar tudo!!! A minha generosidade não terá limites, prometo isso ao pai. Isto porque considero que apenas vou desfrutar mais da maternidade se deixar o pai gozar a sua metade por inteiro. Com todas as coisas boas e menos boas que essa divisão possa implicar. Agradeço, portanto, a chegada desta nova geração de pais totalmente empenhados na questão da parentalidade.

 

Penso agora nalgumas pessoas que teimam em dizer que ser mãe é diferente de ser pai, no sentido de ser mais especial ou de estas serem capazes de estabelecer uma relação mais forte com as crianças. Recordo uma colega de trabalho que dizia cheia de orgulho, com a mão a bater no peito, que seria incapaz de deixar a filha doente em casa com o pai e ir trabalhar… Já eu agradeço ter ao meu lado um homem de mangas arregaçadas para quando isso for necessário. Estando grávida, até agora a única diferença que identifico entre a minha experiência e a do pai da criança é uma forte obstipação. De resto, temos vivido tudo de igual forma. Até a barriga de ambos está a crescer a uma velocidade semelhante. Por isso, Frederico, mais vale assumires que estás grávido de uma vez por todas.

 

Pronto, a parte das mamas também é diferente.

 

*Publicado em Público


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